Sunday, August 11, 2013

FUNCHAL em registo nocturno: 2013-08-10


Passado um período de grandes reparações, o FUNCHAL apresenta agora o seu melhor aspecto desde há muito tempo, num ambiente mais tranquilo e limpo, a poucos dias de se fazer ao mar pela primeira vez em três anos. 
Fotografia de 10 de Agosto de 2013. 
As linhas clássicas do FUNCHAL, relativamente bem preservadas no que toca ao exterior do paquete, fazem dele um navio verdadeiramente icónico e testemunho do melhor da arquitectura naval do início dos anos sessenta do século XX relativo a navios de passageiros. 
O período compreendido entre 1959 e 1969, balizado pelas entradas ao serviço do ROTTERDAM (actualmente preservado no porto de Roterdão) e do QUEEN ELIZABETH 2 (actualmente no Dubai em preparativos para ser transformado em atracção turística e hotel flutuante), e no qual podemos integrar o FUNCHAL de 1961, foi o último período de construção de um número muito significativo de navios de passageiros, destinados principalmente a carreiras regulares, mas com algumas unidades concebidas de raiz com a dupla função das carreiras regulares e dos cruzeiros, duplicidade que caracteriza os três navios mencionados e constituiu justificação para a longevidade e sucesso dos mesmos. 
Foi um período em que entraram ao serviço grandes e importantes navios de passageiros, como o FRANCE, o CANBERRA, o ORIANA de 1960, o EUGENIO C e o OCEANIC, o LEONARDO DA VINCI, os gémeos MICHELANGELO e RAFFAELLO, GALILEO GALILEI e GUGLIELMO MARCONI, os nossos INFANTE DOM HENRIQUE e PRINCIPE PERFEITO, o ANCERVILLE e o RENAISSANCE, o ITALIA, os magníficos SAGAFJORD e KUNGSHOLM, o SHALOM, e outros mais, que a lista é extensa e importante. 
Muitos foram destinados a serem navios de bandeira, subsidiados pelos Estados respectivos, não sobrevivendo ao clima económico desfavorável resultante da crise do petróleo de 1973. 
Outros, concebidos por armadores privados, mais cuidadosos com o desenho económico dos seus projectos, caso do nosso FUNCHAL, acabaram por ter longas carreiras e um futuro assegurado por muitos anos no mercado de cruzeiros. Hoje o FUNCHAL é o único testemunho activo dessa época, aguardando-se ansiosamente o seu anunciado regresso ao mar. Ontem ao final do dia fomos ver o FUNCHAL à Rocha do Conde de Óbidos - a fotografia que publicamos marca essa "inspecção" - e pela primeira vez em muitos meses foi possível observar fumo - branco - a sair da chaminé do navio. Um bom presságio...
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