Friday, January 30, 2009

Cargueiro BRAGA afundou-se


Legenda das imagens: Os cinco sobreviventes da tripulação do BRAGA. Localização do local do naufrágio na Biscaia
Notícia da agência LUSA editada por LMC: O navio português "Braga", que foi evacuado sexta-feira após ter sido detectada uma fenda no casco, acabou por se afundar na madrugada de terça-feira ao largo da Costa da Galiza, onde se encontrava à deriva, disse fonte da capitania da Corunha, Espanha.
A informação foi confirmada por fonte da empresa proprietária do cargueiro, a Naveiro-Transportes Marítimos, SA. "O navio manteve-se três dias a flutuar mas acabou por adornar e afundar-se, sem que houvesse hipótese de o rebocar", revelou o informador da empresa. O cargueiro sofreu um rombo no casco, quando se encontrava a 70 milhas da costa galega, na zona da província da Corunha, o que obrigou ao salvamento dos seus seis tripulantes, um dos quais, o comandante - de nacionalidade portuguesa - morreu na altura em que estava a ser resgatado de helicóptero. O Comandante foi vítima de um ataque cardíaco antes de chegar ao aeroporto, onde seria recolhido por uma ambulância.
Os outros cinco membros da tripulação - um português, dois cabo-verdianos e dois russos - foram transportados para o Complexo Hospitalar Universitário da Corunha. Segundo as autoridades da Galiza, o "Braga" - um cargueiro de 89 metros de comprimento que transportava trigo desde La Palisse, França, para Leixões - andou três dias à deriva a 77 milhas a noroeste da cidade da Corunha, tendo uma inclinação de 30 graus devido à água que, entretanto, entrou no porão. Próximo do navio estava um avião do Salvamento Marítimo e um rebocador espanhol para tentar recuperar o cargueiro. O afundamento do navio foi, também, seguido pelo armador e pelas autoridades marítimas através de satélite, com recurso, entre outros meios tecnológicos, ao sistema Google Earth. Uma outra fonte disse que o elevado custo do reboque do navio terá impedido a operação, tese negada pela firma Naveiro que garante que "um rebocador esteve sempre perto do navio". Sustentou também que "com as más condições meteorológicas dos últimos dias o reboque do barco se tornou inviável, sendo o afundamento inevitável".
A firma Naveiro, SA, com sede no Estoril, tem 12 navios, operando preferencialmente entre Portugal, a zona do Mediterrâneo e o Norte da Europa. Tem cerca de 90 funcionários entre pessoal de terra e tripulações, seis pessoas em média por cada navio.
O cargueiro "Braga", construído na Figueira da Foz, era do tipo short-sea, com 89 metros de comprimento, características que lhe permitiam navegar quer no mar quer em rios como o Douro, já que podia passar as eclusas. Podia transportar contentores ou carga a granel. Embora os proprietários se recusem a avançar qual o prejuízo resultante do afundamento, sabe-se que a construção terá custado entre cinco a seis milhões de euros. A empresa garante que o navio tinha os vários seguros previstos na lei, nomeadamente o de casco e equipamento, o de carga e o P&I, que financia a remoção dos destroços em caso de naufrágio ou os prejuízos que venha a causar, em termos ambientais ou outros.
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9 comments:

barconauta_ said...

Já temos tão poucos então com este naufrágio ainda ficamos pior...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Barconauta,

O navio substitui-se, e agora o mercado até é favorável a uma boa compra no mercado de ocasião. Insubstituível foi a vida que se perdeu, do Comandante do navio...

Rui Amaro said...

Caro Luis Miguel Correia
Acontece e desta vez foi o Braga, embora de registo MAR, arvorava o pavilhão de Portugal, parcialmemte contruido por estaleiro nacional, além de fazer parte da crescente frota da Naveiro, armador de sucesso. Lamentavel foi a perda do seu comandante. Vá lá que se salvaram os outros cinco. Bem dizia o comandante L.M.de Kok do n/m holandês Mariscal Lopez, VNGCo's, que esteve em dificuldades na barra do Douro e ao telefone para o armador disse-lhe, se o navio se perdesse, pelos planos fazia-se outro igualzinho, agora se ele e os seus tripulantes perecessem no naufragio. jamais ninguém lhes devolvia a vida, e uma parte da tripulação era ali da Afurada, junto à barra! E acrecentou nesta barra não entro mais, já tenho tido sustos mas desta vez vi o meu fim, do piloto e da tripulação!
Saudações maritimo-entusiasticas
Rui Amaro

barconauta_ said...

Realmente é de lamentar a morte do comandante do mesmo navio. Tal como citado pelos planos faz-se exactamente um igual, mas será que existe dinheiro para tal?...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Barconauta,

Muito provavelmente o BRAGA estava seguro por um valor superior ao valor real quando do seu afundamento, porque o mercado de navios em segunda mão tem vindo a perder valor com a recessão.

Não deve ser difícil ao armador substituir o BRAGA por outro navio moderno.

SERGIO@CRUISES said...

Isso é uma boa notícia quanto ao navio.
Quanto ao comendante é de lamentar, contudo é bastante positivo o salvamento da restante tripulação.

lc said...

Alguém sabe o nome do Comandante?

lc said...

Confirmo o nome do Comandante:
António Júlio Serra Ribeiro

Carlos Botelho said...

Conheci muito bem há mais de 20 anos o Cte Serra Ribeiro, embarcou pelo menos duas vezes de 3ºpiloto comigo em navios tanques da SOPONATA, um deles o VLCC NOGUEIRA e a primeira vez, se não estou em erro de praticante de piloto no Ortins Bettencourt em 1976... era Cte. o famoso Manoel Gonçalo Rosa...

Excelente rapaz, individuo estudioso, mas enjoava imenso... Custa-me entender porque embarcaste num navio com 80 metros...
Amigo Serra Ribeiro, chegou a tua hora, bem cedo por sinal, ninguém esperava que partisses já, irás manter-te vivo nas nossas memórias e nos nossos corações, ficarão para trás as viagens que fizemos, o canal do Suez em 1976 no Ortins, a chegada do helicoptero com os mantimentos e o correio em Cape Town, o mata bicho às 7 da manhã, o arrôz à Terra Nova e a "roupa velha" ...
Até sempre Serrita...
Carlos Botelho, Imediato da Soponata (1981 a 1991)