Wednesday, December 06, 2006

DOCA DO ESPANHOL

É a principal doca do Porto de Lisboa. O nome oficial é Doca de Alcântara, mas nos meios marítimos (pilotos, rebocadores, tripulações de navios) ainda é conhecida por Doca do Espanhol. Este espanhol era um galego de seu nome Eduardo Argibay que foi responsável pela empreitada de acabamento da doca...
Ao longo dos anos a Doca de Alcântara mudou muito.
Quando começei a passear por lá na década de sessenta, estava sempre tudo cheio de navios, na sua maior parte portugueses. Foram-se os navios e os armadores, ficaram as docas vazias. Hoje o espaço está parcialmente vocacionado para a Marinha de Recreio. Mas de quando em vez, até parece voltar a ganhar a vida de outras épocas. Como aconteceu hoje, com o ARION a ser pintado e reparado no cais onde há 40 anos estavam sempre atracados navios da Colonial. Com o PRINCESS DANAE a entrar na Doca 1 do estaleiro NAVALROCHA, onde antes docavam regularmente os nossos paquetes da linha de África, os cargueiros, alguns navios da Armada, etc...
A estação marítima da Rocha, com o paquete GALAXY atracado também dava ares de movimento. Junto à eclusa, diversos rebocadores e à entrada da Doca uma draga holandesa a trabalhar. Os rebocadores são também de uma multinacional. Sinal dos tempos. Mas a Doca estava bonita...
Fotografias da Doca de Alcântara tiradas a 6-12-2006 por Luís Miguel Correia


4 comments:

Anonymous said...

apesar de os terminais de contentores me fascinarem, gostava mesmo era de ver a doca do Espanhol como a grande porta de entrada em Lisboa (e quem sabe uma das portas turísticas da Europa)... o lado de dentro, a doca propriamente dita cheia de embarcações de recreio, os antigos estaleiros aproveitados para fazer a manutenção e a hivernagem dos grandes veleiros de cruzeiro, o lado de fora só com navios de cruzeiro, mas não a fazer escala, com as gares marítimas a fazerem de terminal a sério para que Lisboa fosse porto de entrada e saída dos cruzeiros (que é isso que dá dinheiro ao porto e à cidade, não são as escalas, essas só dão dinheiro ao navio).. e todos os outros edifícios aproveitados para restaurantes, cafés, lojas, escolas, hotéis, trazendo vida a esta zona que podia ser tão bem aproveitada e ficar linda!

LUIS MIGUEL CORREIA said...

A administração anterior da APL tinha uma orientação no sentido do que você diz, mas agora as coisas estão diametralmente opostas.
Por mim punha a tocar o "tempo volta para trás" e enchia a doca de Alcântara com navios de carga e de passageiros, com as fragatas a receberem carga ao costado, etc....

LMC

Anonymous said...

eu sei... eu conheci esse projecto... que no entanto tinha um bocadinho de "negócio" a mais!!
mas como o tempo não volta para trás... o melhor é pensar como é que o futuro também pode ser bonito... e os navios de passageiros ainda existem!

LUIS MIGUEL CORREIA said...

É obvio, nem eu sou passadista, apesar de me interessar pelo passado histórico dos navios...
A questão gira à volta de muitos interesses. E agora prevalecem os do partido pró-contentores em Alcântara. Acho que o terminal da Liscont nunca devia ter sido instalado em Alcântara. O projecto inicial das estações marítimas, dos anos trinta, do arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, previa toda a zona dedicada aos navios de opassageiros, com as varandas das duas gares grandes ligadas e edifícios mais pequenos pelo meio de forma a dar-se apoio a um maior número de navios...

LMC