Thursday, November 30, 2006

FROTA POTAMIANOS EM LISBOA

Três dos actuais quatro navios de cruzeiros do armador George Potamianos estão em Lisboa a fazer reparações e manutenção técnica. Three of Mr. George Potamianos four cruise ships fleet are doing their refits in Lisbon prior to the new winter cruise programs.
O ARION chegou dia 12 de Novembro, está atracado no cais sul da doca de Alcântara, junto ao antigo armazem da CCN e tem largada para as Caraíbas prevista para 13 de Dezembro.
The ARION has arrived on 12th November, and is berthed alongside the south pier of Alcântara dock, close to the former Companhia Colonial crew department. She is set to leave for the Caribbeans on 13th December.
O ATHENA está na Doca seca nº1 da NAVALROCHA, chegou a Lisboa em 21-11 e larga para Falmouth a 17-12. The flagship ATHENA is in NO 1 dry of the NAVALROCHA yard, arrived in Lisbon on 21-11 and leaves for Falmouth on 17-12.
O PRINCESS DANAE entrou em Lisboa a 27-11, está atracado na Ponta da Rocha e sai a 23-12 para Marselha, onde embarca passageiros para o cruzeiro de fim do ano.
The PRINCESS DANAE has arrived Lisbon on 27-11, and is berthed at the Rocha cruise terminal. She sails on 23-12 for Marseilles, to embark passengers for the New Year's cruise.
Fotos e notícia de Luís Miguel Correia - 2006

Tuesday, November 28, 2006

MAU TEMPO NO MAR..., GAIVOTAS EM TERRA...


É sempre assim, mau tempo no mar..., gaivotas em terra. Verdadeira sabedoria popular. E fotografias de L. M. Correia - 2006

OS NAVIOS BRASILEIROS DA INSULANA

Em 1970 a Família Bensaude vendeu ao então Major António Figueiredo (Grupo ETE) a quase centenária Empresa Insulana de Navegação, a qual conheceu de imediato o período de maior expansão e crescimento de toda a história da companhia.
O Governo, que nunca autorizara a Insulana a diversificar actividades, concedeu logo direitos de tráfego relativos a 10 por cento das cargas nas linhas de África, apesar do desagrado dos armadores a que essas carreiras estavam atribuídas desde 1945, Colonial, Nacional e Sociedade Geral. De imediato, o velho paquete CARVALHO ARAÚJO trocou a linha dos Açores pela mais compensadora actividade de transporte de tropas e material de guerra, em regime de fretamento ao Ministério do Exército, passando a fazer viagens a Bissau. Seguiu-se em 1971 a abertura de uma linha regular Norte da Europa - Angola e no ano seguinte outra carreira para Moçambique.
Este crescimento implicou a aquisição de navios, e de facto, de 1971 a 1973 a frota da Insulana foi aumentada com 16 navios de carga e 5 unidades dos Carregadores Açoreanos, companhia entretanto comprada pela ETE e integrada na EIN por fusão.
Todos estes navios foram comprados em segunda mão no mercado de ocasião, excepto dois pares de gémeos, aquiridos na fase final de construção: ROÇADAS e SERPA PINTO, comprados à URSS, CARVALHO ARAÚJO e PEREIRA D'EÇA, obtidos no Brasil.
Na época registava-se uma aproximação política entre Portugal e o Brasil, vigorando regimes autoritários em ambos os países. Essa aproximação levou a diversas tentativas de cooperação económica, e nesse plano o Brasil cedeu a armadores portugueses diversos cargueiros em construção para companhias brasileiras, no âmbito de um plano de desenvolvimento da frota mercante brasileira. Os navios eram financiados pelo Estado brasileiro, à semelhança do que se fazia em Portugal com o Fundo de Renovação da Marinha Mercante.
Assim, em 1972 a INSULANA comprou o ITAQUERA, que estava a ser acabado no Rio de Janeiro para o Lloyd Brasileiro e se passou a chamar CARVALHO ARAUJO, e o JUNO, muito semelhante mas com diferenças de pormenor, que estava destinado à NETUMAR, e veio a ser o PEREIRA D'EÇA. Cargueiros rápidos com 20,5 nós de velocidade e 12.300 TDW, foram unidades úteis no reforço das ligações com África. Em 1974 passaram ambos para a então criada CTM - Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, fazendo parte da frota desta empresa até à sua triste liquidação em 1985. Foram então vendidos à Portline e revendidos para desmantelar. O CARVALHO foi desmanchado em Setúbal em 1986 e o PEREIRA D'EÇA em Alhos Vedros, no mesmo ano. Ambos receberam os financiamentos brasileiros em igualdade de circunstâncias com os armadores brasileiros de então. Anos mais tarde quando foi necessário levantar as hipotécas para vender os navios, constatou-se que o organismo financiador tinha sido também extinto. Falou-se na altura que nunca se acabou de pagar os navios por a entidade financiadora ter desaparecido no Brasil.
Enfim histórias de navios que conheci bem e fotografei inúmeras vezes...
Fotos: em cima, o CARVALHO ARAÚJO com as cores da EIN com que veio do Brasil. Na altura manteve as cores do Lloyd Brasileiro, só a chaminé é que foi modificada; em baixo, o PEREIRA D'EÇA, com as cores da CTM, fotografado em Lisboa
Texto e fotos de Luís Miguel Correia - 2006

NRP D. CARLOS I (A 522)



Navio-oceanográfico NRP D. Carlos I, da Marinha de Guerra Portuguesa, fotografado no Tejo a 20-11-2006 a sair para o Funchal.
Construído nos EUA pelo estaleiro Tacoma Boat Company, foi lançado à água a 30.01.1989 com o nome USNS AUDACIOUS, fazendo parte de uma classe de 10 navios de vigilância anti-submarina, na fase final da "guerra-fria" com a URSS. Desactivado em 1995, foi cedido a Portugal em Dezembro de 1996, e aumentado ao efectivo dos navios da Armada a 28-02-1997. Foi adaptado a navio hidrográfico e oceanográfico pelo Arsenal do Alfeite. Com 2.285 toneladas de deslocamento, o D. Carlos I mede 68,3 m de comprimento e 13,1 m de boca. O seu nome homenageia o Rei D. Carlos I, que além de Chefe de Estado foi um cientista e oceanógrafo de renome. Uma segunda unidade da mesma classe, o NRP Almirante Gago Coutinho (A523), aguarda no Alfeite conversão para navio-oceanográfico.
Fotos e texto de L. M. Correia - 2006

Sunday, November 26, 2006

ALPINE GIRL ex-QUÍMICO LISBOA

ALPINE GIRL fotografado na barra do Tejo a 25-11-2006 (fotos de L. M. Correia). Em baixo, o ALPINE LADY ex-QUÍMICO LEIXÕES (foto retirada do site Shipspotting)
Gostar de navios é visto por alguns como uma inutilidade romantica. Talvez uma maneira simpática de me chamarem idiota, por não aceitar o desprezo vigente em Portugal no que toca ao mar e aos navios. Tem-me custado a vida toda assistir a toda a série de decadências.Vendemos os navios que continuam, em muitos casos a navegar anos e anos em mãos estrangeiras.
Um caso flagrante desta situação é o navio-químico ALPINE GIRL, que ontem fotografei na barra do Tejo e em frente do Bom Sucesso, rumo ao Barreiro.
O ALPINE GIRL foi um dos navios vendidos ao desbarato em 1985-1986 pela Comissão Liquidatária da Companhia Nacional de Navegação. Passados 20 anos, continua a navegar e tem vindo inúmeras vezes a Portugal. Este navio tem ainda a particularidade de ter sido o último construído por encomenda da antiga Sociedade Geral, embora para a associada Suprema Naviera, do Panamá, cujas cores manteve até ser vendido em 1986: cores iguais às dos restantes navios da SG, com as letras SN na chaminé em vez de SG. O navio chamou-se inicialmente QUIMICO LISBOA e foi encomendado em 1973 ao estaleiro alemão Orenstein & Koppel, de Lubeck (construção 707). Na época o Grupo CUF fez importantes investimentos na diversificação e expansão das actividades marítimas, então centradas nas empresas SOCIEDADE GERAL, NACIONAL, Transfrio, Transnavi, Transfruta além de interesses na SOPONATA. Surgiu a oportunidade de integrar uma pool alemã de navios químicos, e construram-se dois excelentes navios na Alemanha: os QUÍMICOS LISBOA e LEIXÕES, este entregue em 1977 à CNN. O facto de o negócio ter sido fechado antes do 25 de Abril, numa época em que o nome de Portugal era boicotado em países nórdicos devido à política ultramarina, levou à reactivação de uma empresa panamiana associada da SG, a Suprema Naviera S. A.
Comprado em 1986 por uma fracção do seu valor, o QUIMICO LISBOA passou a chamar-se DINTEL, nome alterado de imediato para ALPINE GIRL, que mantémdesde há 20 anos.
O seu gémeo QUÍMICO LEIXÕES foi vendido na mesma altura ao mesmo armador, chamando-se ALPINE LADY. Os navios pertencem a interesses alemães, a Delship Corporation e navegam com bandeira das Bahamas. O ALPINE GIRL entrou ao serviço em Março de 1975, tem 102 m de comprimento, 6.418 TDW, e provavelmente ontem ninguém reparou nas suas origens portuguesas. Já foi tudo esquecido, infelizmente.
Fotos e comentário de Luís Miguel Correia - 2006

CARGUEIROS EM LEIXÕES: MOON FOX

Em termos de interesse por navios, digamos que apresento gostos eclécticos, pois tanto aprecio o QUEEN MARY 2 como o mais obscuro dos cargueiros costeiros. Como este MOON FOX, fotografado em Leixões a 22 de Novembro último, em manobra de largada do porto.
Nunca tinha visto ou fotografado o MOON FOX, que me fez lembrar o EUROPEAN I, da Portline, mas gostei das linhas modernas em estilo anos setenta, da boa conservação do navio, bem pintado, com a bandeira içada na carangueija, como é suposto, mas raramente praticado em Portugal, onde mesmo os tripulantes dos poucos navios ainda sob bandeira portuguesa cada vez menos respeitam tradições e costumes. Uma pesquisa posterior acrescentou alguns dados a esta simpática raposa da lua.
Segundo dados do Lloyd's Register, o MOON FOX é um navio de carga geral de 3.658 GT, construído em 1976 no Reino Unido (Construção 110 do Appledore Shipbuilders, Ltd., entregue em Julho de 1976 com o nome SANDGATE ao armador britânico Turnbull Scot Shipping Co. Ltd., de Farnborough). Com 5.662 TDW., o SANDGATE estva equipado com 2 gruas de 10 T, entretanto retiradas. Com capacidade para 7.508 m3 de carga nos porões (granel), o navio tem 1 motor principal diesel Mirrlees, de 4500 hp, o que assegura 13,8 nós de velocidade. Um cargueiro igual a tantos outros, que já leva 30 anos de navegações sob diversos nomes: SANDGATE (1976-1982), ATLANTIC FISHER (1982-1988), ARKLOW BEACH (1988-1995), SUNRANA (1995-2005), antes de ser adquirido pelo actual armador, que comprou o navio a interesses noruegueses o ano passado. O MOON FOX está registado em Riga, na Letónia, como propriedade da Fox Shipping, Ltd.
Veio a Leixões com uma carga a granel no âmbito da cabotagem europeia, área em que os interesses marítimos portugueses - armadores, operadores, carregadores - teimam numa ausência sem sentido. Sem navios próprios, vamos usando os estrangeiros e agravando a balança de pagamentos com fretes ao exterior. Até quando?
Fotos e informação de Luís Miguel Correia - 2006

CARREIRA BELÉM-CACILHAS DA TRANSTEJO

A TRANSTEJO está a operar o seu serviço de car ferries entre as duas margens do TEJO entre Belém e Cacilhas desde 4 de Novembro, utilizando os navios EBORENSE e ALENTEJENSE. Nos dias de semana são efectuadas 16 viagens em cada sentido, com menos uma viagem aos fins de semana e feriados. Para além de viaturas, estes navios transportam passageiros, sendo de realçar o interesse turístico da nova ligação fluvial. Por 72 centimos, pode-se atravessar o rio, numa viagem de 20 minutos com uma paisagem deslumbrante. É do rio que se vê a beleza de Lisboa. Vale a pena fazer esta travessia. Sentir o Rio, ver os navios, passar debaixo da ponte 25 de Abril.
Obras no Cais do Sodré onde se vão construir os edifícios destinados à Agência Europeia de Segurança Marítima e ao Observatório da Toxicodependencia obrigaram ao encerramento temporário da ligação "car ferry" Cacilhas-Cais do Sodré, uma carreira que se efectuava desde 1904.
Fotos e notícia de Luís Miguel Correia - 2006

VOYAGER OF THE SEAS no Tejo

Imagens do VOYAGER OF THE SEAS em Lisboa, nas duas escalas efectuadas este ano

Quando três armadores noruegueses decidiram criar, em 1969, a Royal Caribbean Cruise Line e encomendar ao estaleiro finlandês Wartsila os primeiros três navios, os cruzeiros eram uma indústria na sua infância.
O objectivo era basear em Miami paquetes novos adequados ao emergente mercado das Caraíbas. A entrada ao serviço do SONG OF NORWAY em 1970 marcou os primeiros passos de uma história de sucesso e hoje o grupo ROYAL CARIBBEAN INTERNATIONAL é o segundo maior do mundo, logo a seguir ao grupo CARNIVAL, grande rival e inimigo figadal.
A história de sucesso conta-se em poucas palavras: os 3 gémeos da classe SONG OF NORWAY introduzidos em 1970-72 excederam todas as expectativas de tal forma que em 1978 se procedeu ao alongamento do SONG OF NORWAY, para lhe aumentar a capacidade, operação repetida depois com o segundo gémeo, o NORDIC PRINCE, ficando apenas o terceiro navio, o SUN VIKING na sua forma original.
Seguiu-se a construção do SONG OF AMERICA entrado ao serviço em 1982. Entretanto a rival NCL tinha introduzido em 1979 o gigante NORWAY, ex-FRANCE nos cruzeiros com partidas de Miami. O sucesso imediato do NORWAY inspirou a geração seguinte de grandes paquetes de cruzeiros, com os 3 navios da classe SOVEREIGN OF THE SEAS, de 73.000 GT e capacidade para 2700 passageiros com que a Royal Caribbean expandiu significatvamente a sua actividade nas Caraíbas. Quando saiu dos estaleiros franceses de St. Nazaire em 1987, o SOVEREIGN OF THE SEAS era o maior navio de passageiros do mundo. Este título tem hoje tanta importância para as companhias de cruzeiros como na década de trinta tinha a obtenção da Flamula Azul pelo transatlântico mais rápido em serviço na ligação Europa - Nova Iorque, e tem sido disputado continuadamente nos últimos 20 anos pelos operadores de cruzeiros mais importantes.
Tudo isto a propósito do VOYAGER OF THE SEAS, que a Royal Caribbean operou no Mediterrâneo este ano pela primeira vez (cruzeiros semanais com partidas de Barcelona), e que deteve o título de maior paquete do mundo em 1999, quando foi entregue à Royal Caribbean pela Kvaerner Masa Yards, da Finlândia.
O VOYAGER OF THE SEAS visitou Lisboa duas vezes este ano, em 15 de Maio e 16 de Novembro, no decurso das viagens posicionais de e para as Caraíbas. Em 2007 a presença destes gigantes no Tejo vai ser substancialmente aumentada: o VOYAGER vem a Lisboa 3 vezes, a 7 de Maio, 24 de Novembro e 5 de Dezembro enquanto o seu gémeo NAVIGATOR OF THE SEAS fará 10 escalas no Tejo (16 e 30 de Maio, 27 de Junho, 11 e 25 de Julho, 8 e 22 de Agosto, 19 de Setembro, 3 de Outubro e 8 de Novembro), integradas no programa de cruzeiros da Royal Caribbean a partir de Southampton, iniciado pela companhia há dois anos com o LEGEND OF THE SEAS.
Segundo maior grupo de cruzeiros do mundo, a Royal Caribbean International é hoje proprietária das companhias seguintes: Royal Caribbean Cruise Line (20 navios), Celebrity Cruises (9 navios), Island Cruises (2 paquetes) e Pulmantur Cruises (6 navios), para além de novas classes encomendadas ou em construção, traduzindo-se em mais 6 navios.
Com 311,10 m de comprimento, 38,60 m de boca e 137.276 GT (toneladas de arqueação bruta) o VOYAGER tem capacidade para 3840 passageiros,sendo uma verdadeira cidade flutuante, pois a tripulação ultrapassa os 1100 elementos. Dos actuais 20 paquetes da RCCL, 5 formam a classe VOYAGER: VOYAGER OF THE SEAS (construção 1344), entregue em 1999, tendo-se seguido os gémeos EXPLORER OF THE SEAS (137.308 GT / construção 1345, entregue em 2000), ADVENTURE OF THE SEAS (137.276 GT / construção 1346, entregue em 2002), NAVIGATOR OF THE SEAS (138.279 GT / construção 1347, entregue em 2002) e MARINER OF THE SEAS (138.279 GT / construção 1348, entregue em 2002). Com a construção do QUEEN MARY 2 em 2003, estes navios perderam o título de maiores do mundo. Temporáriamente pois a RCCL avançou com uma versão ampliada da classe VOYAGER, com 3 navios de 154.500 GT, 339 m e 4375 passageiros, construídos igualmente em Turku, Finlândia, o primeiro dos quais, o FREEDOM OF THE SEAS (154.407 GT / 2006) foi entregue a 24 de Abril deste ano e entrou ao serviço em Junho, nas Caraíbas como maior paquete do mundo. O seu irmão LIBERTY OF THE SEAS está a ser construído, com entrega prevista para Maio de 2007, concluindo-se a série em Janeiro de 2008 com o terceiro gémeo ainda sem nome atribuido. Mas a expansão da RCCL não fica por aqui, tendo sido já encomendado o primeiro navio da classe GENESIS, um gigante de 220.000 GT, com estreia marcada para o Outono de 2009. Hoje, os cruzeiros continuam a crescer. Crescem os grandes operadores, que devoram as companhias mais pequenas (caso da Pulmantur acabada de comprar pela Royal Caribbean), crescem os navios, pois quanto maiores os navios mais expressivos os resultados financeiros, e os cruzeiros são uma industria de muitos milhões.
Texto e fotos de Luís Miguel Correia - 2006

Tuesday, November 14, 2006

SEA CLOUD II: DOCAGEM EM LISBOA

O SEA CLOUD II fotografado ao largo da costa portuguesa. Em baixo, o navio na doca da NAVALROCHA (fotos de L. M. Correia)
O navio de cruzeiros à vela SEA CLOUD II (3.849 gt / construído em 2000) está a fazer reparações de manutenção e beneficiação do casco na doca seca nº 1 do estaleiro NAVALROCHA desde 7 de Novembro, estando prevista a largada de Lisboa dia 15 de Novembro.
O SEA CLOUD II foi construído em Castropol, Espanha, nos Astilleros Gondan, para a companhia alemã Sea Cloud Cruises, que pertence ao grupo German Hansa Truehand, de Hamburgo. A empresa deve o nome ao primeiro navio, o SEA CLOUD (4.253 gt / construído em 1931 como iate HUSSAR), que foi adquirido em 1994 e cujas características inspiraram o SEA CLOUD II. Com 117 m de comprimento e 16 m de boca, o SEA CLOUD II tem lotação para 94 passageiros, tem 3 mastros, armando em barca.

Monday, November 13, 2006

MASTS, SAILS AND A FUNNEL, BUT NO STEAM


Last Saturday, the 11th November 2006, the river Tagus was graced by four cruise ships: in NAVALROCHA YARD dry-dock nº.01, the German-owned, Malta registered SEA CLOUD II, alongside the Rocha terminal, the SAGA RUBY and the WIND STAR, while the BRILLIANCE OF THE SEAS docked in Alcântara. Inside the Alcântara dock, the new PRINCIPE PERFEITO was being refitted...
It was another beautiful Indian Summer evening and my camera was particularly busy: here they are two shots taken from the Art Museum, depicting an image of days long gone, when sail and steam were part of daily shipping scenes in all waterfronts. Now sails are just retro images for nostalgic cruise "guests", and the SAGA RUBY is a motor ship, although her classic profile may mislead someone less informed. It was the case with that old man looking into the ships in an unusually familiar way. He had been a crew member of Cia. Colonial twins SANTA MARIA and VERA CRUZ in the late fifties, and now somehow one of his long-gone beauties was back in port. I told him this was not one of his ships, just the final flagship of the famous Norwegian America Line. But he was not so shure about that. In the end even I could see the SANTA MARIA at the very same place gleaming in new paint about to depart for Kaohsiung, Taiwan. It was June 1973, and I never saw my SANTA MARIA again...
Words and copyright photos by Luís Miguel Correia - 2006

GONE WITH THE WINDS


Cruise ships are not only pretty but also cleaver girls. And just like birds they also migrate in a sunward quest. Every year.
In Lisbon, every November the positioning transatlantics of the WINDS always mean that another cruise ship season is coming to a close, just like their return to Europe the following April brings another batch of cruise calls.
In those two photos the WIND STAR bids farewell to Lisbon and European waters bound for the winter sun of the Caribbean. She departed the Rocha Cruise Terminal at 5PM on 11th November 2006.
Copyright photos and words by Luís Miguel Correia - 2006

N/M GANDA (III) (1948-1980)

O cargueiro misto GANDA fotografado no Tejo em 3-01-1980 por L. M. Correia, aguardando combustível para iniciar mais uma viagem ao Brasil, numa época em que a CTM vivia dificuldades de tesouraria, não havendo muitas vezes dinheiro para o combustível.
Navio de carga e passageiros a motor, construído de aço, em 1946-1948. Nº oficial: H 354; Indicativo de chamada: CSEC. Arqueação bruta: 5.895 toneladas; Arqueação líquida: 3.311 toneladas; Porte bruto: 9.418 toneladas; Deslocamento máximo: 13.114 toneladas; Deslocamento leve: 3.696 toneladas. Capacidade de carga: 5 porões servidos por 5 escotilhas, com 15.122 m3. Comprimento ff.: 135,00 m; Comprimento pp.: 128,75 m; Boca: 17,98 m; Pontal: 7,79 m; Calado: 8,21 m. Máquina: 1 motor diesel Doxford, com 5.074 bhp; 1 hélice. Velocidade: 14,00 nós (15.40 nós vel. máx.). Passageiros: 12 em 10 camarotes. Tripulantes: 32. Navio gémeo: AMBOIM. Custo: 41.104.000$00.
O GANDA foi construído no estaleiro The Burntisland Shipbuilding Co. Ltd., em Burntisland, Escócia, (construção nº 313), tendo sido encomendado pela Companhia Colonial de Navegação em 1946. A quilha foi assente a 14-12-1946 e o navio foi lançado à água em 30-09-1947 (Madrinha Dª. Inês de Freitas Menezes). O aprestamento foi concluído em 02-1948 e nas provas de mar efectuadas a 16-02 o GANDA alcançou a velocidade de 16 nós. Entregue à CCN a 26-02-1948, o navio seguiu de Burntisland para o canal de Bristol indo carregar a Newport de onde largou a 9-03 para Lisboa onde entrou pela primeira vez a 12-03-1948. Registado em Lisboa a 21-04, saiu no dia seguinte para Leixões, Gloucester, New York, Norfolk e Filadélfia. A 9-06 iniciou uma segunda viagem aos EUA e só entrou na carreira de África Oriental a 26-07 na terceira viagem. Em 1972 passou a escalar regularmente portos do Mediterrâneo no prolongamento da carreira da África Oriental e a 4-02-1974 passou a integrar a frota da CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos. Em 1975 foi pintado com as cores da CTM e casco azul-escuro com linha de água verde; em 1979 o casco passou a ser preto com linha de água a vermelho. Nos últimos anos foi empregue na linha da América do Sul e fez diversas viagens aos Açores e Madeira. Entrou em Lisboa pela última vez a 1-05-1980 e foi desarmado, permanecendo fundeado no Mar da Palha até ser vendido à firma Baptista & Irmãos por 12.800.000$00, a 18-11-1981 e desmantelado no estaleiro de Alhos Vedros, em 1982.
Fotografia e história do GANDA por Luís Miguel Correia. Todos os direitos de autor reservados - 2006

Sunday, November 12, 2006

MALA REAL NO TEJO

Paquete ARLANZA da Royal Mail Lines, que fez escalas regulares em Lisboa entre 1960 e 1969
(Foto de Ézio Begotti cedida por Laire J. Giraud, de Santos, Brasil)

Excertos de notícia publicada no Jornal da Marinha Mercante nº 315, de Setembro de 1968:
"Deixam de vir ao Tejo os paquetes da Mala Real Inglesa"
A Royal Mail Lines informa-nos que os seus dois paquetes ARAGON e ARLANZA, de 20.000 toneladas cada um, serão retirados da carreira da América do Sul, em princípio do ano de 1969, sendo transferidos para a Shaw Savill Line.
A Royal Mail Lines e a Shaw Savill Line são membros do grupo Furness Whithy, de Londres.
Aqueles dois paquetes reunir-se-ão ao AKAROA (antigo AMAZON) para viagens da Shaw Savill Line à volta do mundo, juntamente com os paquetes SOUTHERN CROSS e NORTHERN STAR.
A última viagem do ARLANZA, na carreira da América do Sul, terá início, com a sua partida de Londres em 7 de Dezembro (de 1968) (escala em Lisboa em 11 do mesmo mês), regressando em 24 de Janeiro de 1969; o ARAGON, partindo de Londres em 4 de Janeiro de 1969 (escala em Lisboa em 8 do mesmo mês), regressará em 21 de Fevereiro.
A decisão de suspender as carreiras de passageiros nesta rota, existente há mais de cem anos, foi tomada com mágoa, não pela particularidade do decréscimo do número de passageiros, mas sim pela diminuição do movimento de carga entre a Argentina e a Grâ-Bretanha.
Infelizmente, o transporte de passageiros não é suficiente para que a exploração dos paquetes ARAGON e ARLANZA apresentasse resultados positivos na rota da América do Sul e, por isso, tornou-se necessário substitui-los por navios de carga, não transportando passageiros, os quais pela sua flexibilidade, se tornam menos dispendiosos."
Nota: A Mala Real Inglesa assegurou a carreira da América do Sul de 1851 a 1969, tendo nesses 118 anos utilizado 73 navios de passageiros, os últimos dos quais foram precisamente os três "As" construídos em Belfast em 1959 e 1960 para substituir os anteriores HIGHLANDS: AMAZON, ARAGON e ARLANZA. Eram navios mistos de passageiros e carga de 20.360 TAB, com lotação para 464 passageiros em três classes e velocidade de 17,5 nós, com 178,00 m de comprimento ff.; Paquetes de linhas elegantes, resultaram da actualização do projecto do MAGDALENA, de 1949, que se perdeu na viagem inaugural em Abril de 1949, dispondo de porões frigoríficos para o transporte de carne da Argentina para o Norte da Europa. O AMAZON saiu de Londres na viagem inaugural a 22 de Janeiro de 1960, sendo transferido para a Shaw Savill em Maio de 1968. Com o nome AKAROA serviu na carreira da Nova Zelândia até 1971, sendo vendido a interesses noruegueses e transformado no transporte de automóveis AKARITA na Jugoslávia em 1972. Os gémeos ARAGON (viagem inaugural em 29-04-1960) e ARLANZA (viagem inaugural em 7-10-1960) passaram a chamar-se respectivamente ARANDA e ARAWA em 1969, sendo também reconstruídos para o transporte de automóveis em 1972, passando a chamarem-se HOEGH TRAVELLER e HOEGH TRANSIT. Em 1981 foram os três desmantelados em Kaohsiung, na ilha Formosa.
Lembro-me de ver estes navios em Lisboa, nomeadamente do ARAGON na sua escala final. O último navio de passageiros da Mala Real seria o ANDES, de 1939, que se manteve ao serviço com paquete de cruzeiros até Maio de 1971 e veio igualmente a Lisboa no último cruzeiro.
Um dos muitos nomes entretanto desaparecidos do mundo da navegação, a Royal Mail chegou a ser o maior grupo marítimo do mundo, no início do século XX, quando a sua gestão esteve nas mãos de Lord Kylsant: a expansão da frota foi seguida da compra de muitas das principais companhias britânicas, um pouco à semelhança do que se passa actualmente, com os maiores armadores a "deitarem à mão" a todos os concorrentes que podem... A última compra de Lord Kylsant seria a White Star Line em 1926, quando o grupo atingiu 2 milhões de toneladas de navios. A grande depressão económica de 1929-1930 levou à falência do império de Lord Kylsant e esta personagem à cadeia, acabando o nome ROYAL MAIL por dar origem a uma nova empresa em 1932...
Luís Miguel Correia - 2006

Thursday, November 09, 2006

BLOG "THE PILOT BOAT"

Vale a pena uma visita à lancha dos Pilotos de Viana do Castelo: THE PILOT BOAT é um blog cheio de navios e maresia editado por dois pilotos do porto de Viana. É sempre bom descobrir os nossos talentos marítimos e náuticos espalhados pela blogósfera.
If you enjoy ships and shipping related matters, may I suggest a visit to THE PILOT BOAT blog? It is very interesting, with good photos and personal memories of two Portuguese Merchant Navy Officers now working as Harbour Pilots in Viana do Castelo.

Comentário de LMC. Foto "pirateada" do blog "The Pilot Boat", com as melhores intenções, claro...

Monday, November 06, 2006

Paquetes em reparação em Lisboa


O navio de cruzeiros FUNCHAL está a terminar um período em doca seca no estaleiro NAVALROCHA, devendo largar de Lisboa a 7 de Novembro com destino à Austrália, para a terceira série de cruzeiros de inverno na Oceania. Por sua vez, o ROTTERDAM, da Holland America Line, permaneceu em Lisboa durante cinco dias em reparação, atracado à ponta da Rocha, de 1 a 5 de Novembro. O navio saiu hoje em viagem posicional para os EUA.
CRUISE SHIP REFITS IN LISBON
The Portuguese cruise ship FUNCHAL has been undergoing refit work at the Drydock NO.1 of the NAVALROCHA yard, and is set to sail from Lisbon on 7 November for Australia and her third season of cruising "down under".
The Holland America Line flagship ROTTERDAM sailed from Lisbon at 5PM on 5th November on her positioning cruise to the Caribbean and the USA following a 5-day wet-dock maintenance period alongside the Rocha cruise terminal. Over the years, Holland America has been positioning their cruise ships in Lisbon for dry-dockings: the classic SS NIEUW AMSTERDAM did her final dry-docking at the LISNAVE yard in Lisbon in September 1973, and the previous ROTTERDAM was also repainted blue by Lisnave at the same time... Other HAL ships serviced by repair yards in Lisbon in later years include the NOORDAM of 1984.
Luís Miguel Correia in Lisbon - 2006